{"id":106530,"date":"2020-04-16T14:02:28","date_gmt":"2020-04-16T17:02:28","guid":{"rendered":"https:\/\/pharmaceuticalconsultoria.com\/?p=106530"},"modified":"2022-01-27T14:08:46","modified_gmt":"2022-01-27T17:08:46","slug":"remedio-secreto-contra-covid-19","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/pharmaceuticalconsultoria.com\/remedio-secreto-contra-covid-19\/","title":{"rendered":"Governo testa rem\u00e9dio \u2018secreto\u2019 contra Covid-19; especialista pede cautela"},"content":{"rendered":"

Ministro Marcos Pontes anuncia que droga teve 94 % de efic\u00e1cia in vitro. Agora, ser\u00e3o realizados testes em humanos internados por coronav\u00edrus<\/h3>\n

Minist\u00e9rio de Ci\u00eancia, Tecnologia, Inova\u00e7\u00f5es e Comunica\u00e7\u00f5es anunciou nesta quarta-feira, 15, a realiza\u00e7\u00e3o de testes de um \u201crem\u00e9dio promissor\u201d, cujo nome n\u00e3o foi revelado, que pode ser eficaz no combate ao\u00a0coronav\u00edrus<\/a>.\u00a0<\/b>De acordo com o ministro\u00a0Marcos Pontes<\/b>, a droga j\u00e1 foi testada in vitro e demonstrou 94% de efic\u00e1cia em ensaios com c\u00e9lulas infectadas pela Covid-19. Especialistas ouvidos por VEJA, no entanto, pregaram cautela e alertaram que resultados de testes em humanos costumam ser diferentes daqueles feitos em laborat\u00f3rio.<\/b><\/p>\n

Marcos Pontes informou que o medicamento ser\u00e1 analisado em uma fase de testes cl\u00ednicos que deve durar um m\u00eas, com um grupo de 500 pacientes internados por coronav\u00edrus. \u201cTemos uma esperan\u00e7a boa. A grande probabilidade \u00e9 que esse neg\u00f3cio funcione bem.\u201d<\/p>\n

Segundo o ministro, o medicamento desenvolvido por cientistas brasileiros tem formula\u00e7\u00e3o pedi\u00e1trica e pre\u00e7o acess\u00edvel nas farm\u00e1cias. \u201cEsse rem\u00e9dio tem muito pouco efeito colateral e, portanto, pode ser empregado em uma grande faixa da popula\u00e7\u00e3o.\u201d<\/p>\n

Ele afirmou que n\u00e3o menciona o nome da droga \u201cpara evitar uma correria em torno de um medicamento sem ter certeza de que ele ir\u00e1 funcionar.\u201d Especula-se entre infectologistas que possa se tratar da nitazoxanida, um medicamento utilizado contra vermes e parasitas.<\/p>\n

Especialistas contestam otimismo do ministro<\/b><\/p>\n

Leonardo Weissmann, infectologista do Instituto Em\u00edlio Ribas e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia explica que \u201cfuncionar in vitro n\u00e3o significa obrigatoriamente que funcionar\u00e1 em humanos. \u00c9 bem comum que os resultados sejam diferentes.\u201d O\u00a0pneumologista Elie Fiss, do Hospital Alem\u00e3o Oswaldo Cruz, em S\u00e3o Paulo, lembra que outros medicamentos v\u00eam sendo testados em laborat\u00f3rio, ainda sem comprova\u00e7\u00f5es de sua efic\u00e1cia em humanos.<\/p>\n

\u201cDa mesma maneira que a cloroquina (citada constantemente pelo presidente Jair Bolsonaro), ou a ivermectina (um\u00a0rem\u00e9dio contra piolho testado na Austr\u00e1lia<\/a><\/strong>), esse rem\u00e9dio precisa repetir os bons resultados em humanos. Normalmente, deveriam ser feitos testes em animais antes de partir para humanos, mas como estamos correndo contra o tempo diante de uma pandemia, o processo foi acelerado.\u201d<\/p>\n

Ambos criticam o fato de o nome do medicamento n\u00e3o ter sido revelado. Segundo Leonardo Weissmann, isso traz inseguran\u00e7a para o paciente que ser\u00e1 testado. \u201cN\u00e3o sabemos se os danos colaterais podem ser maiores que os danos da doen\u00e7a. A quest\u00e3o da seguran\u00e7a deve ser obrigatoriamente levada em considera\u00e7\u00e3o.\u201c, diz. \u201cTomara que d\u00ea certo, nossa torcida \u00e9 sempre por isso, mas por enquanto estamos opinando no escuro\u201d, completa Elie Fiss.<\/p>\n

O Minist\u00e9rio garante que os testes em humanos foram aprovados pelo Conselho Nacional de \u00c9tica em Pesquisa (Conep) e ser\u00e3o realizados em sete hospitais no Brasil. Os pacientes que ser\u00e3o selecionados precisam obrigatoriamente ter testado positivo para a Covid-19 e ter acima de 18 anos. De acordo com o protocolo adotado no trabalho cient\u00edfico, todos os envolvidos nos testes ter\u00e3o de assinar um termo de consentimento e nem paciente nem m\u00e9dico ter\u00e3o acesso ao nome do medicamento administrado.<\/p>\n

 <\/p>\n

Fonte: Por\u00a0Luiz Felipe Castro<\/span><\/a> – Revista Veja\u00a0<\/strong><\/p>\n

 <\/p>\n